Ódio ou opinião?

Silvio Almeida abre diálogo com gamers para impulsionar combate ao discurso de ódio em ambiente virtual

A inserção dos gamers como peças fundamentais para pensar estratégias de combate ao discurso de ódio de maneira institucional foi a pauta central do encontro on-line entre o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, com players e estudiosos do setor nessa quarta-feira (17).

Dando largada nesta partida após ouvir demandas dos gamers, Almeida destacou ser crucial conhecer e distinguir as formas de socialização que os jogos criam. “Precisamos mostrar para as pessoas os perigos da não politização do debate sobre os games e mostrar onde existe radicalização e extremismo nos jogos. O desafio está no modo de socialização dos jogos e não os jogos em si, ou seja, a forma de interação das pessoas sem uma mediação política está criando esse tipo de problema”, avaliou o ministro em referência a violações de direitos nos ambientes digitais.

Em contrapartida, o integrante da Rede Progressista de Games e jornalista Pedro Zambarda reforçou que a demanda é uma realidade. “Essa aproximação é muito importante sobretudo com as periferias. A gente sabe que é um setor que lida muito com gente privilegiada economicamente e que não conversa com o gamer real, que é periférico. De fato, essa é uma lacuna”, apontou, representando a rede que reúne profissionais como jornalistas, desenvolvedores de jogos e empresários da área.

Uma pesquisa realizada pela Brasil Game Show (BGS) em parceria com o Datafolha, em 2019, revelou que o país tem aproximadamente 67 milhões de players, o que indica a importância do debate nas discussões políticas. Representantes da rede de AfroGames, professores e pesquisadores da temática integraram a conversa que também girou em torno do comportamento dos jovens e do acesso indiscriminado a conteúdos de violência e discriminação na internet.

(Foto: Gustavo Gloria)

Texto: T.P.

Edição: R.D.

Revisão: A.O.

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